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5 fatores que podem ter causado a baixa audiência de #Babilônia

Por Fábio Dias*

#Atualizado em 26/03/2015 às 20:57


Horário em alta, um duelo de vilãs com consagradas atrizes, elenco de peso, trama moderna e ágil. "Babilônia" parece que tinha tudo para manter os índices de sua antecessora "Império", mas não é o que vem ocorrendo. A primeira semana marcou uma audiência fraca (28,4), o que é até aceitável para uma trama que está começando. No entanto, em sua segunda semana os índices são ainda mais desanimadores. O capítulo de terça-feira 24/03 marcou apenas 26 pontos, ficou apenas um ponto acima da trama das sete, "Alto Astral", quando o normal é pelo menos 10 acima. Na quarta-feira 25/03, a coisa piorou, "Babilônia" ficou abaixo da trama das sete, foi 25,3 x 24,8. A novela faz sucesso nas redes sociais, gerou vários memes, e me conquistou também. No entanto, a grande massa que turbina a audiência não se apegou à nova trama global. Abaixo listo cinco fatores que podem ter afugentado o público do horário nobre global.

1. Conservadorismo: O beijo gay, de fato causou uma revolta nos mais conservadores e religiosos nas redes sociais, buscando até um boicote à novela. Mas, não é a primeira vez que uma trama do horário nobre angaria essas manifestações negativas. "Salve Jorge", "Amor à Vida" também passaram por isso. No entanto, em "Babilônia" o buraco é bem mais embaixo. As pessoas não estão acostumadas e/ou não gostam de ver em novelas tantos personagens ruins, cínicos e corruptos, como o prefeito e sua mãe, que parecem boas pessoas, mas no fundo são dois terríveis cheios de descriminações e preconceitos. Cenas fortes com atritos entre pais e filhos já foram exibidas também. No capítulo de segunda-feira Guto (Bruno Gissoni) tomou a cinta de seu pai Evandro (Cássio Gabus Mendes) e ameaçou bater nele. Na semana de estreia, as personagens de Adriana Esteves e Sophie Charlote, mãe e filha se estapearam também, o que levou a filha até sofrer um aborto.

2. Concorrência forte: Com data da estreia da novela marcada, o SBT e Record também se armaram. A emissora dos bispos estreou na última segunda "Os dez mandamentos", que enfrenta parcialmente a trama global e entrega em alta para o "Jornal da Record". Ontem a trama bíblica marcou 13 pontos e o Jornal da Record 9. Não duvido nada que a Record não aproveita a baixa de "Babilônia" e mude o horário para concorrer diretamente com a trama global. E no SBT não é diferente, o sucesso "Chiquititas" está  na reta final, e para concorrer com "Babilônia", Sílvio Santos escalou o fenômeno "Carrossel" pra mais uma vez concorrer com Gilberto Braga. Em 1991, o autor tinha no ar "O Dono do Mundo" que rejeitada, perdeu pontos para o SBT, pois parcialmente concorria com a versão mexicana de "Carrossel". E novamente deu resultado, a reprise de "Carrossel" está mantendo os dois dígitos. Na época de "Império", o SBT exibia "Rebeldes" e não passava dos 6 pontos.

3. Ressaca de um sucesso: É inegável o sucesso de "Império", Aguinaldo Silva é o autor mais popular da Rede Globo, e o verdadeiro campeão de audiência (palavras do Boni). A trama antecessora tinha um arsenal de personagens populares que conquistaram o público, como o protagonista Zé Alfredo, Téo Pereira, Maria Marta, Xana, Naná, entre outros. Foi um novelão clássico. Quase sempre, uma novela que sucede um sucesso popular, sofre para conquistar o público novamente, assim foi com "Salve Jorge" quando substituiu "Avenida Brasil", e assim foi com "Esperança" quando substituiu "O Clone", que por mais que tiveram seus problemas, isso as atrapalharam.

4. Final da anterior não foi bem aceito: Com tanto amor pelo comendador, o público se sentiu viúvo quando viu seu próprio filho matá-lo. Torceram o nariz e reclamaram muito do final. José Pedro (Caio Blat) que agiu toda a novela como um pau mandado da mãe e às vezes também da esposa, se revelou o grande vilão da história, o tal Fabrício Melgaço. Com uma trama armada para suprir a ausência da grande vilã Cora (Drica Moraes), que teve sua trajetória alterada por conta de problemas de saúde, "Império" se tornou uma novela com muitos furos e incoerências que acabaram frustrando e ainda mais o telespectador. Esse é um fator que acho que também espanta o público para uma próxima novela.

5. "Babilônia" exige mais do telespectador: De fato, as pessoas precisam pensar mais e refletir. Em "Babilônia" está presente uma critica social, não só nos personagens já citados, mas em outros, como Murilo (Bruno Gagliasso) o gigolô de ricaço, Guto (Bruno Gissoni) o playboy desocupado, o Luiz (Gabriel Braga Nunes) um mulherengo desenfreado, o casal Tereza (Fernanda Montenegro) e Estela (Natália Timberg),  e até a própria historia da protagonista exigem mais atenção, até a pessoa pegar e juntar tudo. Contudo, é preciso estar atento às deixas e a cada cena, a novela é ágil, as cenas são sutis, os diálogos precisos, sofisticados e não têm cenas avulsas.  Após uma trama simples, popular, embarcar em algo mais denso pode ter cansado o telespectador.


Acredito que aos poucos o público possa acostumar e se envolver com a novela, a concorrência está acirrada, todos esses fatores podem ter atrapalhado, mas "Babilônia" têm todas as qualidades para melhorar seus índices. Espero que os experientes autores sejam fieis à sinopse e não façam grandes alterações em seu rumo na busca de melhores números. A Globo está em uma boa fase na audiência de suas outras novelas, as atuais "Sete Vidas" e "Alto Astral" superam suas antecessoras, e "Babilônia" em breve deve conquistar seu público também.




*colaborou Ivan Gomes e Michele Nunes



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