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Conheça mais do escritor Fabricio Viana em #Entrevista


Por Rodrigo Ferraz


Fabricio Viana é dos mais engajadores da literatura LGBTT, primeiro porque ele mesmo escreveu vários livros e segundo porque ele tem uma editora para o seguimento. Ele que já teve um canal na web quando ainda nem se falava em viral é um homem esclarecido, inteligente, ousado e nos conta abaixo mais detalhes dos seus livros, ficou curioso?? Então boa leitura...

Você já escreveu artigos, fez campanhas sociais e foi entrevistador em uma das primeiras TVs na web, foi na literatura que você se encontrou?
É verdade. Eu já produzia vídeos para a web antes mesmo da existência do Youtube e de câmeras digitais. Dava um trabalho danado. Mas focando na literatura, nunca pensei em ser escritor, hoje tenho 3 livros publicados na forma impressa. Tudo começou com o livro O Armário, sobre a homossexualidade. De tanto receber e-mails querendo saber mais sobre ela, sua história, os conflitos psicológicos e o processo de “saída do armário”, escrevi o livro em 2006. Pensei que não venderia e hoje já vamos para a quarta edição. O livro é um sucesso e é quase referência dentro da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). Depois veio o Ursos Perversos (contos eróticos gays) e em seguida o Orgias Literárias da Tribo, uma coletânea que não tem ligação sexual, traz poesias, contos e crônicas de dez autores. É um livro fantástico!


O Armário tem uma parte biográfica, criar ele foi uma maneira de matar fantasmas? Como foi a repercussão desse livro?
Eu odeio histórias pessoais, mas quando eu percebi que gostava de homens e não de meninas eu li um livro de um cara que contava a vida dele. Aquilo foi ótimo para o momento. Quando escrevi O Armário, pensei ele em dois blocos, o primeiro autobiográfico (focado na minha descoberta, afinal, a vida de ninguém é tão interessante assim) e a outra, que mais gosto, focado nos conflitos, na homofobia internalizada (todos deveriam saber sobre isso!), história da homossexualidade e machismo. São “introduções” que todos deveriam ter sobre o tema: sendo gay ou não.


Da pra dizer que Ursos Perversos é um livro erótico? Se não como você definiria?
Já me perguntaram se o livro era pornográfico ou erótico. Pornográfico você só tem o sexo propriamente dito. Erótico tem todo o contexto. Então, Ursos Perversos é o único livro de contos eróticos com personagens Ursos. Os contos tem histórias que, quando você menos espera, rola o sexo. O que eu não esperava quando eu o escrevi é que mulheres, principalmente casadas, o comprariam para ler. O elogio que mais recebo é as pinceladas que dou sobre questões mais sérias. Um dos personagens de um dos contos, por exemplo, cita livros da literatura gay que realmente existe e são bons. Entre outras passagens que são inerentes a personalidade do autor, neste caso eu. Embora o livro tenha também autores que convidei. Logo, o livro é de contos eróticos gays. Gays pesados! 

Quais são os contos favoritos do Ursos Perversos livro pra você? E como você escolheu os outros autores a escrever esses contos?
Eu sou apaixonado pelo “bebezão”, personagem do conto “Meus Dois Ursos”, mas sou suspeito pois gosto de todos. Cada um tem seu estilo e conta uma estória diferente. Como eu os convidei? Foi um convite bem informal. Era para chamar mais pessoas. Alguns toparam mas não conseguiram cumprir os prazos. Escrever dá trabalho, até mesmo um conto erótico. Depois que lancei um livro escutei “É fácil lançar um livro assim!”. É tão fácil que ninguém lança ou lançou. Dá trabalho escrever, revisar, organizar, editar, cotar gráficas, fazer o lançamento, correr atrás de tudo, mas compensa. Foi meu segundo filho literário e muita gente ficou chocada: como um bacharel em psicologia, que escreveu um livro de sucesso e sério sobre a homossexualidade, lança um livro de erótico? Gravei um vídeo de 8 minutos e publiquei no Youtube, justamente para explicar isso. E acho que consegui. Quem quiser assistir, o vídeo é este abaixo:



O livro Orgias Literárias da Tribo também teve sua mão ao escolher escritores para compor a obra, como se deu esse processo? E do que trata o livro?
Sim, foi um projeto do ProAc 2013 em parceria com a Editora Orgástica, onde agora sou sócio. A ideia do projeto era abrir inscrições de autores – especialmente novos – que poderiam contribuir com poesias, crônicas e contos para o livro que seria a única coletânea que teria pelo menos um autor de cada segmento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). Recebi muitos textos e inscrições, mas escolhi apenas 10 que mais tinham sinergia com a ideia da coletânea. O livro? Um sucesso. Começa com a Marina, que é transexual – uma menina no corpo de um menino. Depois vem outros autores. Você dá risada, chora, fica espantado e se emociona com cada um. Eu obviamente sou apaixonado por todos, se não fosse, não teria os escolhido. Um dos pontos fortes do livro? Em alguns momentos você tem que virar ele de ponta cabeça para ler. O povo vibra nesta parte. E embora o nome Orgias, não tem nada de sexual nele. São contos, poesias e crônicas do dia a dia do universo LGBT. Ótimo para quem participa desta comunidade ou tem interesse em descobrir coisas novas. 


Como nasceu a editora Orgástica? Além dos seus livros, que outros temos nela?
O livro O Armário foi um produção independente. E eu tinha outros livros para escrever e lançar. E como pretendia me aprofundar no meio literário, que até então ficava em segundo plano, a Orgástica foi mesmo uma grande sacada. Os livros que você encontra no site são da editora ou de outros autores parceiros. Não quero que o site tenha muitos escritores parceiros: dá trabalho estocar e cuidar dos livros. Mas quero que a Editora Orgástica seja uma referência quando surgir a ideia de ler um novo livro com temática LGBT ou voltado para a diversidade sexual. Claro que eu não estou ganhando milhões em nem irei tão cedo (ainda somos uma micro editora). Mas é um trabalho que faço de forma bem prazerosa e que, justamente por isso, pode gerar bons frutos. Os interessados em conhecer o website da editora, podem visitar o http://www.editoraorgastica.com. O pagamento é feito com o PagSeguro, se não receber o livro em 14 dias, pode pedir seu dinheiro de volta. A embalagem dos livros é discreta. É tudo perfeito. Estou amando esta nova fase em minha vida. Em paralelo? Estou produzindo um documentário sobre Relacionamento Aberto (casais que se relacionam afetiva e sexualmente com terceiros) e também terminando mais dois livros. Além de cuidar de um blog de literatura (onde gravo vídeos – no Youtube: /meuprazerliterario). Minha vida é bem corrida, mas não consigo ver ela de outro jeito. 

Obrigado Rodrigo pela entrevista. Fiquei lisonjeado entre tantas personalidades já entrevistadas pelo blog. Aos interessados e interessadas, uso muito o twitter: http://twitter.com/fabricioviana



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