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Terceira reprise de ‘O Clone’ evidencia a importância de Deusa para a novela e para a sociedade, bem como o reconhecimento ao talento de Adriana Lessa

Por Geovanne Solamini 

Após quase 21 anos de estreia, novela de Glória Perez ainda é responsável por levantar debates sobre temas importantes como as dores da maternidade de Deusa

Nesta sexta-feira (20) nos despedimos de mais uma exibição de ‘O Clone’ (2001) e com isso já podemos tirar as nossas conclusões. Depois de mais de duas décadas de sucesso, a novela mostra toda sua força para sustentar o título de clássico, na abordagem de temas importantes para a sociedade e na sua responsabilidade de levantar debates, o que é muito positivo.

Um dos maiores pontos de destaque dessa reprise, com certeza, foi o novo olhar que o público teve para Deusa (Adriana Lessa) e o reconhecimento de um trabalho espetacular da atriz que a interpreta. Para começar, é importante reconhecer que a personagem foi responsável pelo reforço na abordagem da inseminação artificial, pauta que a autora já havia inserido em novelas anteriores. Foi a partir do sonho de ser mãe que Deusa teve a sua vida injustamente marcada para sempre.

“Vítima” de Dr. Albieri (Juca de Oliveira), a manicure e dançarina sofreu do início ao fim da novela, primeiro procurando respostas para o que poderia ter acontecido e depois lidando com a verdade, a de que ela foi apenas a mulher que gerou Léo (Murilo Benício), não sendo, portanto, a mãe biológica do rapaz.



Deusa Carregou durante os 221 capítulos o sofrimento de uma mulher negra, pobre e que tem um sonho destruído pelas mãos de uma terceira pessoa.

Logo após o nascimento de Léo, os primeiros casos de racismo eram sofridos pela personagem, que era frequentemente confundida com uma babá, apenas por sua cor. Esse comportamento sempre foi questionado pelo seu filho, que sempre renegou a mãe por também não se achar nada parecido com ela e com seu suposto pai, Edvaldo (Roberto Bonfim). Enfrentou também a desconfiança de sua mãe, do homem que amava e da amiga, Yvete (Vera Fischer), que chegou a pensar que ela tivesse dormido com Leônidas (Reginaldo Faria), seu namorado. 

Por outro lado, a personagem foi importante para retratar ignorância das pessoas comuns sobre os avanços da ciência, fato que a fez relutar tanto para entender o que havia de errado com a sua história. Sua trajetória também fazia um interessante contraponto entre religião e ciência, o que tornava o núcleo ainda mais atraente.

Isso tudo foi um prato cheio para que Adriana Lessa mostrasse todo o seu talento ao representar muito bem o que lhe era proposto, uma personagem muito humana. Sua atuação brilhante nos fez emocionar e nos revoltar com tamanho sofrimento da personagem. Ainda que haja um aumento no reconhecimento quanto ao talento da atriz, ele ainda é pouco. Ela merece mais.

Por fim, resumir ‘O Clone’ apenas à história de amor entre a brasileira Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício) é um grande equívoco. Mesmo sem intenção, Deusa é a protagonista da novela, pois sem a sua existência, não haveria a história e que bom que isso segue cada vez mais reconhecido nos quase 21 anos que a novela tem. Só por isso, é possível afirmar que “O clone” é visionária e tem tamanha importância para diversos temas da nossa sociedade.


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Autor: Geovanne Solamini 

Jornalista, redator, noveleiro e apaixonado por TV. Escolheu estudar jornalismo por influência da novela "Ti-Ti-Ti" (2010) e desde então realiza este sonho. Há 2 anos, começou a escrever sobre teledramaturgia e já acumula mais de 50 trabalhos publicados como análises, críticas e entrevistas com atores.

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