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O Brasil perde Preta Gil, garra, alegria, transparência e talento em uma Mulher só

 Por Rodrigo Ferraz 



Conheci a Preta Gil em 2003, como a maioria do Brasil. Soube que ela  era a filha do cantor e também, até então, ministro da cultura: Gilberto Gil. 

Ela também estava estreando como atriz na novela: "Agora É Que São Elas", de Ricardo Linhares, em que vivia Vanusa, uma mulher de caráter questionável. 

Em paralelo à carreira na TV, Preta se lançou como cantora. Seu primeiro CD é o ótimo Prêt-à Porter, minha musica favorita do álbum é "Andaraí", mas o maior sucesso é "Sinais de Fogo", seu maior hit.


Logo depois, Preta fez o programa "Caixa Preta" na Band, uma criação super criativa de Marlene Matos que dirigia a atração. Infelizmente o programa durou menos de um ano. 

Foi mais ou menos nessa época que ela se assumiu bissexual, época essa em que a homofobia era normalizada, por isso, quebrou barreiras. 

Veio então, quase que ao mesmo tempo, o "Noite Preta", show que ela fazia na The Week carioca, e "Caminhos do Coração", primeira parte da trilogia d'Os Mutantes, em que ela era disputada pelos irmãos vividos por Tuca Andrada e Alexandre Barilari. 

Em 2009, Preta fez eu primeiro show na The Week paulista e este colunista que vos escreve participou de uma promoção que perguntava: "O que a Noite Preta significava pra mim?" Em poucas palavras respondi: "Se o pretinho é básico, a Noite Preta é tudo!". E não é que eu ganhei? Saí do teatro Ruth Escobar onde estava, jantei rapidíssimo e fui para lá, fiquei na frente do palco desde o começo da noite, só saí pontualmente para ir ao banheiro e ninguém estava no meu cantinho para cantar tudo aquela noite. Só de lembrar me emociono!

Em 2010, um novo encontro do Rodrigo com essa mulher que eu tanto admiro (eternamente). "Vai e Vem" era um programa sobre sexo na GNT, que ela apresentava com a palma da mão e que contava com convidados. Quem dirigia era Tiago Workcman, marido da sua melhor amiga, Carolina Dieckmann. Mas, voltando ao encontro, dessa vez eu trabalhava no SPFW e pude não só ver como conversar um pouco, falei o quanto a admirava desde o começo da carreira. Ela foi muito gentil e carinhosa.

Preta, nesses últimos 15 anos, se acostumou a trabalhar em parceria, mas não começou nessa época. "Sinais de Fogo", que já falamos aqui, foi escrito especialmente para ela por Ana Carolina. Cantou também com Wanessa, Gloria Groove, Ludmilla e, entre outras pessoas, a grande Gal Costa.


Gal era sua madrinha e elas cantaram "Vá se Benzer", um dos meus clipes favoritos até hoje. Um feat potente, com uma madrinha protetora e uma cantora com toda força artística que sempre teve e uma porção de atores expressivos que não falavam nada, mas diziam tudo. Uma direção certeira. 

"Estéreo" outro hit de Preta que era meu favorito!

Preta foi debutante aos 30 anos, tudo porque seu pai não lhe deu uma festa de Debutantes, mas ela sempre sonhou, então ela se deu de presente uma festa que ela disse que foi inesquecível. 

Foi mãe de Francisco, musico que nem a mãe e o avô. 

Lutou bravamente contra um câncer. Fez tudo para vencer e quando percebeu que não conseguia mais, decidiu voltar para o Brasil (ela fazia tratamento nos Estados Unidos), mas já era tarde. 

Amiga de tantos, nos despedimos dela no dia do amigo. E o Brasil perde uma mulher de garra, que tinha alegria, transparência e talento. Que saudades eu vou sentir!


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