Por Anderson Clayton
De expectadores a produtores de animação, o país que era somente conhecido como a terra do Carnaval e do futebol, agora se prepara formando profissionais na arte de dar vida à personagens com a utilização de diversas técnicas que permeiam a ilustração convencional, a modelagem tradicional e até a modelagem 3D atualmente mais utilizada por Hollywood.
E, “pasmem”, os olhares do mundo estão cada vez mais voltados para estes profissionais que através de nomes como o de Carlos Saldanha, diretor dos filmes A Era do Gelo e Rio, levam a nossa bandeira verde e amarela para as telas do cinema espalhadas pelos quatro cantos do planeta. É o que tem feito um grupo de profissionais, entusiastas, professores e estudantes apaixonados por este universo, que se reúnem duas vezes por mês em um espaço, cedido pela Innovation na cidade de São Paulo, repleto de esculturas dos mais famosos filmes do cinema internacional criadas pelos próprios artistas do estúdio. O local recebe uma galera que ainda pode se divertir com partidas de videogame, com diversos consoles de Playstation e jogos de LAN, além de apresentarem suas últimas criações artísticas.
Em um desses encontros nossa reportagem participou da sétima edição do Happy Hour CG e entrevistou o conceituado ilustrador de cinema e publicidade Moises Braga que atualmente é um dos instrutores da Innovation.
-Existe uma diferença entre talento e técnica?
Moises – Não gosto da palavra “talento”. O ser humano só conhece aquilo que pratica!
Moises – Não gosto da palavra “talento”. O ser humano só conhece aquilo que pratica!
- Como você enxerga espaços democráticos como esses que a Innovation abre para o público de arte?
Moises – Anteriormente essas agremiações só eram possíveis através da internet, e isso foi importante para mim, pois me serviu como um tutor. Espaços como esses da Innovation não podem ser simplesmente um clube, é importante sempre trazer algo. É uma simbiose, uma atmosfera de amizade, mas sempre voltada para aprendizados e trocas.
- Como profissional atuante, como você enxerga o mercado da ilustração Brasil X Mundo?
Moises – Gosto desse espírito “vira-lata” do brasileiro. Nós não temos demanda, mas temos mão de obra. E o mercado americano acaba exportando e levando muitos de nossos profissionais. E aqui no Brasil temos pessoas muito capacitadas para preencher o mercado mundial.
- Como você define arte?
Moises - Arte é tudo que te prende ao olhar. Ela está fora do trivial. Arte também é vender bem a imperfeição, pois ela é ideal por si só. É preciso se divertir, e se sentir inspirado para chegar em casa e desenhar. E para desenhar é preciso se enxergar antes. A arte sempre vai ser amadora para mim!
Os encontros “ Happy Hour CG” do universo de animação acontecem gratuitamente 2 vezes por mês na sede da Innovation em São Paulo.
2 Comentários
Anderson muito bom seu texto!
ResponderExcluirNão sabia que A Era Do Gelo e Rio tinha um brasileiro por trás!
ABraço
Pois é, também não sabia. Fico muito contente que o Brasil não seja mais "apenas" o país do Carnaval e Futebol!
ResponderExcluirExcelente post!